A propagação de notícias falsas na internet é uma ameaça crescente e preocupante. Segundo a pesquisa “A Global Study on Information Literacy”, realizada pelo Pointer Institute for Media Studies, quatro em cada 10 brasileiros são impactados por algum tipo de fake news diariamente. E 65% afirmaram que têm medo de acreditar em alguma notícia enganosa.
Quando essas informações falsas são referentes à saúde, há um perigo ainda maior. Com o advento das mídias digitais e dos próprios aplicativos de busca, tornou-se comum a procura por informações sobre saúde nas mais variadas especialidades.
Seja para saber mais sobre possíveis causas de algum tipo de enfermidade, opções de tratamentos e até busca de referências de profissionais, a internet é um campo fértil que propicia agilidade na procura por informações que circundam a saúde.
Esse ambiente que propicia uma gama de conhecimentos com tamanha amplitude também se tornou favorável para práticas perigosas da desinformação e suas consequências, que podem ser severamente graves.
Infelizmente não é incomum se deparar com inúmeras notícias falsas sobre os mais diversos assuntos que envolvem saúde: receitas milagrosas de medicamentos, dietas mágicas, procedimentos, prescrições caseiras e outras indicações bizarras sem nenhuma comprovação científica, disfarçadas de soluções de fácil acesso para os inúmeros problemas de saúde que afetam nossa população.
Essas informações enganosas, algumas de baixíssimo custo, além de não trazerem resultados, colocam em risco a vida de um número inimaginável de pessoas que aderem e compartilham essas “prescrições” com seus conhecidos.
Também não é incomum pacientes chegarem em consultórios, principalmente de endocrinologistas e nutricionistas, falando que estão tomando um remédio que conheceram (e adquiriram) pela internet, por meio de blogs, aplicativos de mensagens e outros conteúdos não confiáveis.
Podemos dizer que as fake news são prejudiciais em praticamente todas as áreas, mas na saúde o impacto pode ser ainda pior, pois podem até matar.
Combater a desinformação não é tarefa fácil. Afinal de contas, é mais difícil implementar a verdade do que lutar contra mentiras viralizadas.
Faz-se necessário que os espaços sejam ocupados com informações relevantes e confiáveis. Hoje, profissionais de saúde das mais diferentes especialidades fazem uso de suas mídias digitais para divulgarem seus trabalhos e, consequentemente, repassarem informações importantes sobre suas áreas de atuação, de forma responsável e segura.
Nenhum conteúdo, contudo, substitui as consultas individualizadas e a avaliação de especialistas de cada caso em particular, mas é preciso fazer uma busca de qualidade por serviços e profissionais de saúde que tenham a formação e a capacidade de cuidar das nossas patologias e dos problemas que afetam a saúde nos mais diversos campos (físico, mental, emocional). E ter critérios rígidos para minar os espaços da disseminação de notícias que ameaçam a vida de muitas maneiras.